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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Detenção sem Muro


00:27 , sexta-feira, faltando energia, tudo apagado, literalmente ; até o sol já não ilumina mais a lua, os arruaceiros da madruga, foram todos dormir, já não se ouve mais os carros e motos dos trabalhadores e viajantes da noite, tudo está parado, tudo apagado, tudo em silêncio. E eu aqui estou digitando esse texto no meu celular, pois nenhum sinal de volta de energia. Fico pensando como é bom as vezes ficar só, sem ninguém pra te atrapalhar ou dar opnião sobre algo, é só você e você, mais nada. Continuo pensando, só que agora, penso na vida, no que fiz ou o que deixei de fazer, relembro a partida de futebol que eu assistia na hora do 'blackout', fico pensando no que os outros estão fazendo; Será que conseguiram dormir? Será que tão feito eu, pensando na vida ou redigindo algum texto? Será?. Paro um pouco e reflito, "O que vai mudar se eu souber o que acontece ou deixa de acontecer com os outros que tem a mesma vida que eu, não deveria pensar em algo mais produtivo?" É o que tento, mas desde sempre fomos "adestrados" a se interessar pelo que não importa e esquecer a realidade. Enquanto digito esse texto reclamando do calor e do escuro, me esqueço que existem pessoas que vivem assim todo dia, pessoas que são encarceradas em um mundo sem perspectiva, que ao menos sabem o que é um blog, ou até mesmo o que é internet, mundo esse que vivemos, em que não se importa com o alheio, àqueles que realmente precisam de atenção, pessoas que vivem em uma detenção, presos em um mundo covarde, infame e preconceituoso. E nós? Privilegiados, não nos damos conta de que temos tudo, e ao mesmo tempo, nada. A partir do momento que damos as costas, para os que precisam, perdemos o que realmente deveríamos dar: Atenção, carinho, amor e até mesmo, uma nova chance.

Se coloquem no lugar desses presos, julguem o que achar correto, e depois, façam uma rebelião nas suas mentes.

Um comentário:

  1. É isso! Enquanto nos preocupamos com as necessidades do próximo, há alguém que cuida das nossas; mas, infelizmente, nossa realidade é inversa. Salvo exceções. Sempre.

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